ATA DA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 18-10-2001.

 


Aos dezoito dias do mês de outubro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Irmão Norberto Francisco Rauch, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 093/01 (Processo nº 1690/01), de autoria do Vereador José Fortunati. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre; o Senhor Eliezer Pacheco, Secretário Municipal de Educação, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Irmão Joaquim Clotet, Vice-Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Irmão Norberto Francisco Rauch, Homenageado; o Vereador José Fortunati, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador José Fortunati, em nome das Bancadas do PT, PTB, PMDB, PSDB, PL, PHS e PPS, destacou as características de ousadia, dinamismo e simplicidade presentes nas ações empreendidas pelo Irmão Norberto Francisco Rauch como Reitor da Pontifícia Universidade Católica, justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador Nereu D’Avila, em nome da Bancada do PDT, ressaltou a justeza da entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Irmão Norberto Francisco Rauch, salientando a impulsão cultural promovida pela PUC - RS à comunidade rio-grandense e enfatizando a contribuição dada por essa entidade através da disseminação do conhecimento. O Vereador Beto Moesch, em nome da Bancada do PPB, procedeu à leitura de trechos da Exposição de Motivos constante no Projeto de Lei que deu origem à presente homenagem, manifestando seu apreço à filosofia difundida pelos Irmãos Maristas. Ainda, enalteceu, especialmente, as ações promovidas pelo Homenageado, como Reitor da PUC - RS, na área da ecologia. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Cézar Alvarez, Secretário Municipal de Produção, Indústria e Comércio. Em prosseguimento, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, externou seu pesar pela rejeição, por esta Casa, do Projeto de Lei do Legislativo nº 019/73, que se destinava à homenagear o Irmão José Otão, ex-Reitor da PUC - RS, e frisou as qualidades pessoais e profissionais do Irmão Norberto Francisco Rauch, afirmando a justeza da homenagem hoje prestada à Sua Magnificência. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, exaltou a predisposição do Homenageado em servir à população rio-grandense e discorreu a respeito da trajetória de vida do Irmão Norberto Francisco Rauch, sublinhando a contribuição dada por Sua Magnificência ao ensino acadêmico e destacando as obras sociais desenvolvidas pela PUC - RS em prol da comunidade. A seguir, o Senhor Presidente convidou os Vereadores José Fortunati e Aldacir Oliboni a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Irmão Norberto Francisco Rauch, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e trinta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador José Fortunati, como Secretário "ad hoc". Do que eu, José Fortunati, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Neste momento, damos por abertos os trabalhos da 41ª Sessão Solene em homenagem ao Irmão Norberto Francisco Rauch. Compõem a Mesa, além do nosso homenageado já citado, o Ex.mo Sr. Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings; o Sr. Secretário da Educação, Dr. Eliezer Pacheco, neste ato representando o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Prefeito Tarso Genro; o Ex.mo Sr. Vice-Reitor da PUC, Irmão Joaquim Clotet; o Sr. Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Dr. Telmo Kruse; o Ver. José Fortunati, proponente desta homenagem.

A seguir, convidamos a todos os presentes para ouvirmos a execução do Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência quer cumprimentar o Ver. José Fortunati, pela iniciativa desta homenagem. É uma oportunidade que a Câmara Municipal tem, de homenagear não só o Reitor Norberto Francisco Rauch, mas toda a Pontifícia Universidade Católica pela gratidão que esta Cidade e este Estado têm a essa instituição de ensino. Sem dúvida alguma, essa credibilidade, esse conceito que a PUC tem deve-se ao trabalho da maioria dos Srs. Professores. Eu me orgulho muito de ser filho de um ex-professor da PUC, de ser um aluno da PUC. Fico extremamente feliz que a Câmara Municipal, durante o período em que eventualmente a presido, possa fazer esta homenagem a V. Sª.

Meus cumprimentos especiais ao Ver. José Fortunati, que, como proponente, falará nesta Sessão pela Bancadas do: PT, PTB, PMDB, PSDB, PL, PHS e PPS.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componente da Mesa e demais presentes.) Queria saudar de uma forma muito carinhosa os professores, o corpo docente e o corpo discente da Pontifícia Universidade Católica e, em especial, o Irmão Norberto Francisco Rauch, nosso grande homenageado, Reitor dessa grande instituição que orgulha não somente os porto-alegrenses mas a todos os gaúchos, que é a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A primeira questão que eu gostaria de destacar, Irmão Norberto, é que, desde o momento em que tive a feliz idéia de apresentar um Projeto para homenageá-lo, esse Projeto foi imediatamente acolhido, e acolhido de uma forma extremamente entusiasmada por todos os Vereadores que compõem esta Casa. Tanto é verdade, que, após uma tramitação bastante rápida, esta Casa, por unanimidade dos seus trinta e três Vereadores, aprovou o Projeto de Resolução que lhe concede este justo título.

Eu nunca tive qualquer dúvida em prestar esta homenagem. Já conhecia o Irmão Norberto há muito tempo, mas tive oportunidade de estreitar relações a partir do momento em que assumi a Vice-Prefeitura de Porto Alegre. A partir dali, como Vice-Prefeito, tive a oportunidade de manter relações administrativas, relações muito fortes com o Irmão Norberto, na busca de soluções que interessavam tanto à Pontifícia Universidade Católica quanto à Cidade de Porto Alegre. Também compartilhei com a Pontifícia Universidade Católica uma série de projetos na área social, que, certamente, muito contribuem para minimizar os graves problemas sociais que a nossa Cidade e o nosso Estado enfrentam.

Quero lembrar que, além dos projetos sociais mais conhecidos, é importante também ressaltar o Hospital São Lucas, o Hospital Universitário da PUC, que, casualmente, fará 25 anos daqui a alguns dias. E esta Casa, através de uma homenagem do Ver. Aldacir Oliboni, também filho da PUC, fará, no dia 22 deste mês, uma homenagem toda especial numa Sessão específica para tratarmos do assunto.

Eu, inicialmente, pensava, Irmão Norberto, em ler o seu currículo. Mas acabei mudando de opinião, porque, certamente, os que conhecem o Irmão Norberto sabem que, se eu, muito rapidamente, tentasse aqui ler o currículo do Irmão Norberto, certamente ficaria toda a Sessão somente lendo esse belo currículo que o Irmão Norberto nos apresenta. Como eu tenho certeza de que as pessoas que aqui estão, que convivem com o Irmão Norberto, já conhecem a sua história passada, a presente e a sua contribuição no mundo acadêmico, eu quero fazer algumas reflexões que me parecem absolutamente pertinentes nesta homenagem que, hoje, todos estamos fazendo ao Irmão Norberto.

Em primeiro lugar, quero destacar esse administrador de visão que é o Irmão Norberto, e eu o conheci e mantive contato enquanto Vice-Prefeito com esse administrador de visão, como quem na verdade tem nas suas mãos, indiscutivelmente, uma das principais universidades do Brasil e que com uma visão de perspectiva moderna tem conseguido alavancar a cada momento a nossa querida Pontifícia Universidade Católica. É um homem ousado nas suas ações. Quem convive com o Irmão Norberto sabe que ele é absolutamente ousado, pouca coisa é bobagem, não existem obstáculos que se anteponham ao Irmão Norberto, porque ele, com toda a ousadia, procura ultrapassá-los. Homem absolutamente persistente, eu percebi isso durante as várias reuniões, encontros que eu realizei com o Irmão Norberto, muitos deles difíceis porque envolviam problemas concretos da área técnica da Prefeitura. O Irmão Norberto, com as suas idéias, de uma forma persistente, acabava fazendo com que nós da Prefeitura, do Poder Público, fôssemos obrigados, entre aspas, a olharmos com a maior atenção o problema, e a partir dali, buscarmos as soluções adequadas. Mas, ao mesmo tempo, encontramos nesse que é o todo poderoso Reitor da PUC um homem simples, um homem informal, um homem afável.

É importante destacar o seu dinamismo. Eu, que tenho mantido essa relação, não só relação com o Irmão Norberto mas com todos os professores da PUC, como tantas pessoas que convivem com o Irmão Norberto, todos sem exceção são testemunhas e fazem questão de ressaltar essa característica dinâmica do Irmão Norberto no seu dia-a-dia. O Irmão Norberto poderia estar completamente voltado - e isso somente já seria uma tarefa dantesca - para a sua Pontifícia Universidade Católica, mas talvez uma das suas principais qualidades é que, ao olhar a PUC, e ao olhar o desenvolvimento da PUC, o Irmão Norberto não se preocupou simplesmente a olhar para o seu próprio umbigo, mas ao longo da sua vivência acadêmica, ao longo da sua vivência, enquanto administrador, sempre procurou ter uma visão completa do ensino universitário, não somente no nosso Estado, não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, e baseando-se nessa visão ampla, descortinada, é que o Irmão Norberto procurou traduzir para a PUC o que de melhor existe em termos de ensino universitário.

Também é importante destacar a vivência plena, enquanto irmão marista, para a vida religiosa, porque, quando olhamos o Irmão Norberto, enquanto Reitor, muitas vezes acabamos percebendo, sim, um ágil administrador, um competente administrador, mas sempre que conversamos com o Irmão Norberto, a marca da religiosidade, essa marca dos irmãos maristas, encontra-se sempre presente.

Eu tive a oportunidade de, enquanto Vice-Prefeito, acompanhar o que, certamente - mesmo que ele nunca tenha me falado, mas eu acredito que tenha sido o seu grande sonho. Eu o acompanhei em visitas preliminares, quando ainda o Museu de Ciência e Tecnologia estava sendo construído, e recordo-me da primeira vez em que tive a oportunidade de ser ciceroneado pelo Irmão Norberto, no ainda esqueleto do que seria o Museu de Ciência e Tecnologia, e recordo-me do seu jeito faceiro, do seu jeito juvenil, do seu jeito vibrante em apresentar aquilo que seria o que hoje é o Museu de Ciência e Tecnologia da PUC, que, indiscutivelmente, presta um enorme serviço à comunidade escolar. É impossível que alguém que visite o Museu da PUC não tenha a sua curiosidade atiçada e, baseando-se nessa curiosidade atiçada, não se veja imbuído, não se veja instigado a fazer pesquisas sobre alguns dos temas que o Museu, de forma tão profunda, nos coloca à frente.

Eu não tenho dúvida de que essa visão de administrador moderno, essa visão de homem religioso é que acabou imprimindo à PUC, à nossa PUC, uma visão de ensino moderno, absolutamente agregado aos nossos tempos.

Junto com isso, eu já fiz questão de ressaltar, mas volto a frisar que, junto com a preocupação, com o corpo docente, com o corpo discente, com os funcionários da PUC, com o ensino que a PUC, no dia-a-dia, procura capacitar milhares de alunos, também quero destacar a grande visão social que o Irmão Norberto Rauch teve e continua tendo à frente da Pontifícia Universidade Católica. Poucos, talvez fora da própria PUC, conheçam os serviços sociais, as iniciativas sociais da PUC. Mas eu quero, aqui, de público, destacar a enorme preocupação que o Irmão Norberto Rauch teve ao longo do tempo e continua tendo, para não somente com a comunidade que vive no entorno da PUC, mas com outras comunidades que dificilmente terão acesso, quem sabe, ao curso universitário, mas que lá tem, sim, a mão abençoada da Pontifícia Universidade Católica.

Por isso, Irmão Norberto Rauch, do fundo do meu coração, quero dizer que me sinto muito lisonjeado, que me sinto muito satisfeito por estar podendo lhe prestar esta justa e merecida homenagem. Desejo que o senhor continue com o seu belo trabalho, desejo que o senhor continue impulsionando a nossa Pontifícia Universidade Católica. Desejo que essa coletividade continue mostrando ao nosso Estado, ao nosso Brasil, que é possível, sim, termos um ensino universitário de muita qualidade, porque é isso, efetivamente, que o Brasil precisa. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Pela Bancada do PDT, falará o Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não é comum o que neste momento acontece, mas como é previsto no Regimento a Bancada do PDT fez questão de usar o sistema do Regimento. O Ver. José Fortunati proponente desta homenagem, evidentemente, tem o privilégio de ser o homenageante, como ele pertence a Bancada do PDT, normalmente o autor fala também pela Bancada, mas dada a figura do homenageado, nós, como Líder de Bancada, também falamos pela nossa Bancada, inclusive está presente o Ver. Ervino Besson e os Vereadores Isaac Ainhorn, Humberto Goulart, João Bosco Vaz que, momentaneamente, estão ausentes.

Duas vertentes, além de muitas, ensejaram, certamente, o Ver. José Fortunati em propor esta homenagem da Cidade de Porto Alegre, representada pelos trinta e três Vereadores, ao Reitor Magnífico da PUC. Uma, evidentemente, a cultura, tanto que aqui está o Secretário Municipal de Educação representando o Prefeito. E a outra, a sua condição de religiosidade e, também presente - para honra nossa - o próprio Arcebispo Metropolitano. O Ver. José Fortunati falou, também, na impulsão administrativa do homenageado, a sua visão administrativa em liderar uma instituição que cresce assombrosamente e a favor de todos nós e de Porto Alegre.

Mas eu gostaria de ressaltar, nestes escassos já menos de três minutos, a questão cultural. A impulsão, a dedicação na liderança de uma organização da estrutura, da importância da Pontifícia Universidade Católica em função da cultura, porque a cultura é o pilar, é o ponto primeiro do desenvolvimento da humanidade. Sem cultura há o que o mundo assombrosamente verifica agora com um conflito, exatamente, em nome da incultura e em nome de forças obscuras e que levam por um ato ensandecido a um conflito de toda a humanidade, com reflexo, inclusive, no nosso País e em todos os países da América Latina, a qual pertencemos. Então, a cultura traz essa magnífica contribuição de que, ao aperfeiçoarmos a nossa visão nos escaninhos, nas raízes, na busca do que somos, para que estamos aqui, para onde vamos, essas pessoas que são líderes e que atuam dentro dessa faixa estrutural dos caminhos da humanidade que é a cultura, merecem, certamente, a nossa homenagem.

Como impulsionador da cultura, há muitos anos, nesta Cidade, neste Estado é mais do que justa, é grandiosa esta homenagem prestada na figura do Reitor, Irmão Norberto Francisco Rauch, a todo um conceito da Pontifícia Universidade Católica na condução de gerações e gerações e que aqui mesmo, na Câmara, embora eu pertencesse à UFRGS, sou formado na Faculdade de Direito da UFRGS, aqui temos e outros Vereadores vão se manifestar, que trilharam, ao longo do tempo, os maravilhosos bancos acadêmicos da Pontifícia Universidade Católica.

Além disso, para finalizar, queria dizer que não é qualquer pessoa, ela precisa estar preparada, e no caso, preparada também espiritualmente, porque não basta cultura se não for acompanhada de uma fé íntima, de algo espiritual que está concentrado também na pessoa do nosso homenageado. Eu diria, então, já agora com o tempo vencido e finalizando, que no geral já foi conceituado, mas no particular também, como homem, como pessoa mercê da sua estrutura religiosa, do seu conteúdo ambivalente, junto com a cultura, diria que se trata, realmente, de uma personalidade ímpar que honra as tradições do Rio Grande e, principalmente, para nós, aqui em Porto Alegre que convivemos diurtunamente com aquela magnífica instituição, nós todos nos sentimos honrados em ter um homem, agora um Cidadão que institucionalmente, porque ele já pertence à comunidade de Porto Alegre, nos nossos corações, pelas suas atividades, mas que agora, através deste ato é, com todas as pompas, honras e merecidamente Cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Beto Moesch está com a palavra e falará em nome da Bancada do PPB.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falando em nome de nossa Bancada, Partido Progressista Brasileiro, composta pelo nosso Líder Ver. João Antonio Dib, aqui presente, Ver. João Carlos Nedel e Pedro Américo Leal, nós agora conversando, eu e o Ver. João Antonio Dib, falávamos que o grande título do Irmão Norberto, mais importante do que todos os extensos aqui, na exposição de motivos, o mais importante, o mais amplo, o mais abrangente, o mais profundo é o de professor, e com isso queremos homenagear todos os professores aqui presentes. Estamos na Semana do Professor, dia 15, agora segunda-feira, foi o Dia do Professor. E como Professor de física de meu pai no Colégio Rosário, o Guido, em 1951, sinto-me também um pouco, se me permite, seu aluno, Irmão Norberto Francisco Rauch. E ao falar do Irmão Norberto Francisco Rauch nós temos que também falar dos Maristas, da filosofia de trabalho, de ensino dos Maristas; uma formação extremamente séria, profundamente cristã e que tem como base a formação da comunidade e da família, e com isso tive em casa uma formação Marista e acabei também sendo aluno do Colégio Rosário. Não cheguei a ir à PUC, porque sou da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas lá leciona também o meu irmão Padre Eduardo Moesch; Padre Olavo Moesch, Francisco Moesch; meus primos todos estudaram na PUC. Com isso, aos poucos, fomos vendo todo o aparato extraordinário da PUC, com essa concepção cristã-familiar-comunitária.

O Ver. Nereu D’Avila falava do aspecto cultural do Irmão Norberto, dos Maristas. Não há cultura – e dizia o Ver. João Antonio Dib – sem professor. Não há nenhum tipo de formação, de reflexão sem o professor. O professor Norberto, muito mais do que o Reitor Norberto, foi sempre um exímio professor. Podemos destacar na exposição de motivos apresentada pelo proponente, Ver. José Fortunati, que um verdadeiro patrimônio do Rio Grande do Sul, o Reitor Irmão José Otão, observou nele um dedicado e inteligente colaborador. Confiou-lhe a Coordenação-Geral do programa de implantação do regime de tempo integral.

Gostaria de destacar que em 1990 mantém contatos com várias universidades da Alemanha, com o objetivo de estabelecer a parceira com o Projeto PRÓ-MATA. Eu, como ecologista, quero aqui ressaltar também esse extraordinário projeto da PUC, somando-se ao museu da PUC, porque a PUC oferece algo quase que esquecido pelo Poder Público: a pesquisa. E sem professor não há pesquisa. Não há desenvolvimento sem pesquisa.

Queríamos, portanto, dizer que se nós temos de estimular e incentivar o ensino público, nós também precisamos estimular e incentivar, sim, o ensino privado. A formação marista é um exemplo disso, pois oferece não só a seus alunos, mas a toda sociedade o que o Poder Público, muitas vezes, não oferece: todo esse aparato que nós colocamos.

Por tudo isso, Irmão Norberto, nossos parabéns por esta merecida homenagem que a Câmara Municipal lhe oferece. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos a presença do Dr. Cézar Alvarez, Secretário Municipal de Indústria e Comércio.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará em nome da Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vivo, nas últimas horas, uma situação de conflito interno, um misto de alegria, de empolgação, de frustração, de saudade, de tristeza, que, de certa forma, penso que até vai comprometer o meu pronunciamento nesta tarde. Ontem, à noite, conversei com o Deputado Germano Bonow, Presidente do meu Partido, o Partido da Frente Liberal, que deveria estar aqui presente, que, por razões de força maior, não está, mas que se faz representar na figura do Jornalista Benito Giusti, e hoje, pela manhã, conversei com o que quase Irmão Rui Christini, e chegamos até a discutir a possibilidade de que eu solicitasse ao Ver. Luiz Braz, que, como eu, é ex-aluno da PUC, para que ele falasse em nome do Partido nesta ocasião. Concluímos que seria uma demasia solicitar, na última hora, que o Ver. Luiz Braz me substituísse nesta ocasião. Eu temia que as recordações da minha maior frustração neste Legislativo pudessem reaparecer nesta hora. Eu não posso, Irmão Norberto, deixar de lhe dizer que eu gostaria de ter tido o privilégio que o meu amigo e companheiro José Fortunati está tendo no dia de hoje, quando, ainda verde na vida pública, eu me frustrei ao ver a intolerância derrubar o meu primeiro projeto de lei nesta Casa, que tratava de uma homenagem semelhante a esta ao seu antecessor na Pontifícia Universidade Católica, o Irmão José Otão. (Palmas.)

Perdoem-me se eu trago à tona este meu momento de tristeza numa hora que deveria ser de orgulho e de alegria para esta Casa Legislativa, especialmente para o Dr. Telmo Kruse, que é o Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre e que passa a ter, doravante, a sua companhia entre os honrados cidadãos da Cidade, que esta Casa tem distinguido ao longo do tempo.

Vencido esse meu percalço, eu quero, Irmão Norberto, dizer que os oradores que me antecederam, muito especialmente o Ver. José Fortunati, a quem cabia a responsabilidade maior nesta solenidade, já de forma muito expressiva, buscaram objetivar as suas qualificações pessoais que faziam com que a Cidade de Porto Alegre se sentisse, como efetivamente se sente, honrada em tê-lo como seu cidadão adotivo.

Nós sabemos que o Município de Santa Cruz do Sul, mais precisamente, o Distrito de Sinimbu, ou a linha São Pedro, onde o senhor nasceu, já tinha essa primazia, já tinha essa honra. Nós não tínhamos até agora. Assim como o senhor teve que, tão cedo, enfrentar o choque da vida com a prematura perda do seu progenitor, nós aguardamos algum tempo para poder tê-lo na condição merecida de Cidadão Honorário da Cidade de Porto Alegre. A nossa galeria fica enriquecida com o seu nome, e eu, pessoalmente, fico muito feliz e lhe peço, humildemente, perdão para dizer que o meu coração, no meu íntimo, estou homenageando o sucessor do Irmão José Otão, da Pontifícia Universidade Católica. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará em nome da Bancada do PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero fazer uma saudação especial ao corpo docente, aqui presente, aos inúmeros diretores, funcionários e acadêmicos, saúdo, também, o DCE da PUC aqui presente. É muito difícil, para nós falarmos, num momento desses, logo após a fala com toda emoção e do fundo do coração, como falou o Ver. Reginaldo Pujol.

Irmão Norberto, alguns Vereadores já falaram da sua longa trajetória de vida, desde o início como professor de Física, Matemática. Mas, o senhor, como um Irmão, homem religioso, sabe que, no momento em que o disse sim, aprendeu uma das coisas mais importantes da vida: o dom de servir.

Quando a pessoa se predispõe a servir, ela tem um longo caminho, um caminho de conflito, um caminho que, muitas vezes, não nos permite dizer “não”. E foi assim a sua trajetória e tem sido essa longa e grande contribuição ao mundo acadêmico. Nesses vinte e três anos de Reitor, o senhor, hoje, dirige uma instituição que estaria entre as dez maiores dos Municípios do Rio Grande do Sul, sem sombra de dúvida. Então, a sua responsabilidade diária é imensa, principalmente, porque, PUC, uma instituição privada, consegue fazer, na sua excelência, o que se busca em educação, que é o tripé: ensino, pesquisa e extensão. E o Ver. Beto Moesch falou muito bem na questão da pesquisa. E nós, como homens da educação, sabemos da dificuldade de fazer pesquisa em instituição privada, porque hoje a grande força da pesquisa no nosso território são as universidades públicas.

Eu sou oriundo da UFRGS, trabalho há vinte anos numa instituição metodista, como diretor de uma faculdade. Mas, quero confessar, Irmão Norberto, que este ano, estou tendo a grata satisfação de ser aluno da PUC. Comecei este ano a fazer o mestrado em Ciências Sociais na sua instituição. Tenho aprendido, tenho sofrido, porque não é fácil.

Mas, ao mesmo tempo, quero falar também da obra social que a PUC faz, essa obra que, muitas vezes não é vista, é uma obra silenciosa. Eu vou só citar uma pessoa que está aqui, que é o Irmão Avelino, que lá, na Bom Jesus, faz um trabalho magnífico, um trabalho que, muitas vezes, para a grande maioria da Cidade, é anônimo, mas quem visita os locais sabe da grande bênção, da grande dádiva que aquela comunidade recebe. Como é também lá na ilha, como é também um pouco mais dentro da Ordem dos Irmãos Maristas, lá no CESMAR.

Então, a cada dia que passa, eu tenho a certeza, Irmão, de que, ao deitar-se, o senhor deve dar sempre graças a Deus pelo dia a dia que ele tem lhe oferecido.

Portanto, em nome do PSB, mas, principalmente, em nome da Cidade de Porto Alegre, pedimos que, a cada dia que passa, o senhor continue com esse seu trabalho em prol do ensino, em prol da população. E a maior alegria, Irmão Norberto Rauch, pode ter a certeza, é ver todo esse contingente humano aqui para abraçá-lo e dizer: muito obrigado pelo seus 23 anos como Reitor da PUC, mas, principalmente, muito obrigado pelo seu destino de servir a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos o Ver. José Fortunati a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Norberto Francisco Rauch e também convidamos o Ver. Aldacir Oliboni, como funcionário do Hospital da PUC, para entregar a medalha.

 

(Procede-se à entrega do Título e da Medalha.) (Palmas.)

 

Com a palavra o nosso novo homenageado Sr. Norberto Francisco Rauch.

 

O SR. NORBERTO FRANCISCO RAUCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes. ) Nos momentos de homenagem, os amigos costumam ser um tanto exagerados nos louvores e muito generosos com as pessoas homenageadas. Muito obrigado.

Era janeiro de 1941. Em Santa Cruz do Sul, tomava eu o trem que, em marcha lenta, se deslocava em direção a Rio Pardo. Na estação de Ramis Galvão, se não me falha a memória, baldeava-me para o comboio procedente de Santa Maria. Após quase um dia de viagem, eu estava, pela primeira vez, em Porto Alegre de passagem apenas para Bom Princípio. Em 1943, ao iniciar meus estudos secundários no então Instituto, e hoje, Colégio Champagnat, fixei residência na “mui leal e valerosa Cidade de Porto Alegre”. Aqui resido até hoje. São, portanto, cinqüenta e oito anos de vida porto-alegrense, apenas interrompidos por períodos de estudos em outras paragens. Sou, pois, participante da história do último meio século desta metrópole, suas transformações, suas belezas, seus problemas, desafios, alegrias, sofrimentos e esperanças de seu povo. Como eu, há milhares de pessoas, que adotaram Porto Alegre como seu chão. Portanto, não é por esse simples fato que me torno merecedor da homenagem e do título que ora a nobre Câmara dos Vereadores me outorga.

Tenho plena consciência de que, muito mais do que meus méritos pessoais, está em foco a instituição que dirijo e represento: a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Minha vinda a esta Capital está inteiramente ligada ao meu projeto de vida: ainda jovem optei por servir a Deus no Instituto dos Irmãos Maristas e servir aos homens pela educação. Esta, exerci-a por alguns anos na escola secundária, mormente no Colégio Rosário. A maior parte, entretanto, se vem passando na educação superior na PUC, pelo exercício do magistério e na função diretiva. Cabe-me pois, Srs. Vereadores, nesta oportunidade, oferecer-lhes um sucinto balanço social das realizações na nossa Universidade. Até a presente data, a Pontifícia Universidade Católica já graduou cento e três mil, oitocentos e oitenta profissionais. Em nível de mestrado e doutorado e especialização, cursos mais recentes, são cinco mil, oitocentos e quarenta e um os formados. Hoje, vinte e oito mil, duzentos e quarenta e seis alunos freqüentam a Universidade, são vinte e cinco mil, cento e quarenta e quatro alunos distribuídos nos cinqüenta e oito cursos de graduação com oitenta diferentes habilitações, quatrocentos e vinte alunos nos doze doutorados, novecentos e sessenta e um alunos nos vinte mestrados, e um mil, setecentos e vinte e um nos cursos de especialização. Nesses números não estão incluídos os alunos da Educação a Distância, nem dos cursos de extensão. O quadro docente é constituído por um mil, oitocentos e quarenta e oito professores, dos quais 70,23% já possuem o título de mestre ou doutor. Em treinamento estão mais quatrocentos e cinqüenta e quatro docentes. Esses números situam-se entre os mais expressivos da realidade universitária brasileira. Há quinze anos, aproximadamente, a PUC dispõe de um amplo programa de incentivo à qualificação e titulação do seu corpo docente. Os professores e funcionários dispõem de um Plano de Aposentadoria Complementar e Plano de Saúde.

Igualmente importantes são os programas financeiros que contemplam os estudantes. Nada menos do que quatorze mil, quatrocentos e vinte e dois alunos de graduação recebem alguma forma de auxílio ou desconto por parte da própria Universidade. Desses programas cumpre destacar por seu volume e importância a bolsa rotativa da PUC, com dois mil, oitocentos e sessenta e quatro contemplados, e o PUC-Benefício, com seis mil, setecentos e quarenta e um alunos que têm 50% de bolsa a fundo perdido, resultante da isenção da quota patronal do INSS. Além dos programas próprios da Universidade, um mil, duzentos e trinta e nove estudantes têm financiamento do Governo Federal (CREDUC-FIES), e sessenta e cinco têm o PROCRED, do Governo do Estado. Em síntese, dezesseis mil, novecentos e sessenta e cinco alunos de graduação contam com algum tipo de auxílio financeiro, isto é, 67,47% dos alunos de graduação. Além disso, o alunado está coberto pelo seguro educação. Em nível de mestrado e doutorado, dos um mil, trezentos e oitenta e um cursantes, grande parte tem bolsa integral pela CAPES/CNPq, seiscentos e trinta e três bolsas. Empresas, quarenta e cinco, e universidades.

Nas pesquisas, a PUC vem firmando-se, dia-a-dia, como organização de renome. Constitui a 13ª instituição do País em grupos consolidados de pesquisa, segundo a classificação do CNPq. São um mil, trezentos e nove os projetos em andamento, sendo que vários são de caráter interinstitucional e internacional. Permito-me ressaltar a inclusão da Universidade no Projeto Brasileiro do Genoma, partilhado por vinte e cinco instituições deste País.

No Programa de Assistência e Ação Social, o maior destaque cabe ao Hospital Universitário São Lucas.

Durante os nove primeiros meses do ano em curso, em grande síntese, temos os seguintes números: duzentas e vinte e oito mil, setecentas e trinta e seis consultas ambulatoriais; um milhão, trezentos e quatorze mil, quinhentos e trinta e cinco exames complementares; vinte mil, oitocentas e noventa e oito internações, sendo a taxa de ocupação quase 90%.

Perpassando as outras áreas de atuação em prol da população carente, durante o ano 2000, foram atendidas um mil, trezentas e noventa e quatro em dois mil e dezenove processos, através do Serviço de Atendimento Judiciário Gratuito - SAJUG - da Faculdade de Direito; um mil, quatrocentas e quarenta e seis pessoas com problemas psicossociais receberam tratamento no Serviço de Atendimento Psicológico, o SAP, da Faculdade de Psicologia; a Odontologia realizou sessenta e seis mil, seiscentos e sessenta e cinco procedimentos, que beneficiaram nada menos do que treze mil, trezentas e setenta e cinco pessoas.

Fora do âmbito do Campus Universitário, a PUC desenvolve ações sociais no Campus Aproximado Vila Fátima, que terá grande satisfação em receber a visita dos Srs. Vereadores.

Atua, ainda, no Projeto Litoral, na Comunidade Solidária e outros. A limitação do tempo não me permite entrar em detalhes.

Por todas essas ações e pelo Projeto Solidariedade, a Universidade dá a sua parcela de contribuição para a solução dos problemas sociais e, acima de tudo, procura formar os estudantes para a solidariedade e a sensibilidade por uma sociedade mais justa, mas fraterna.

Nobres Vereadores, Senhoras e Senhores!

Quem passa pelo Campus da PUC observa um expressivo desenvolvimento e crescimento. Hoje são 336.497m2 de área construída. Moderna infra-estrutura e laboratórios bem equipados complementam o cenário. Urbanização e prédios são os elementos que mais caem na vista, embora indispensáveis para uma boa universidade, não constituem o seu essencial. Uma boa universidade se constrói com bons professores, aplicados alunos, dedicados funcionários e competente administração.

Por isso vem sendo alocados grandes recursos e incentivos, como já afirmei, para a formação de alto nível das pessoas. Isto nos permitirá alcançar, em breve, a 80% do corpo docente com o título de Mestre ou Doutor.

Temos consciência da importância de uma universidade para a comunidade, mas na medida em que for uma Universidade com qualidade.

É preciso que se saiba distinguir as universidades. As Comunitárias e Confessionais têm os mesmos objetivos que as Públicas, sem contarem com recursos públicos e por isso, essas instituições têm que prover a própria subsistência.

Tudo é reinvestido no melhor cumprimento possível de seus fins. Não há lucro nem dividendos a distribuir.

Pessoalmente, nunca soube o que é ter salário ou honorários. Confesso, e faço-o sem motivo de vanglória e tão somente para que o público saiba, hoje eu tenho os mesmos bens pessoais que há vinte e três anos atrás ao assumir a Reitoria, isto é, nada.

 Um ideal superior fundamenta e motiva minha existência e não os bens materiais.

Que a PUC vá bem, é do interesse de todos. Quanto melhor, maiores os benefícios para a comunidade.

A Pontifícia Universidade Católica desenvolve também projetos especiais, com destaque para a Educação a Distância, o Pró-Mata e o Museu de Ciências e Tecnologia. Esse constitui um grande centro de atração, motivação e inovação pedagógica do conhecimento científico para a população, particularmente, a juventude. Nos próximos dias iniciarão novos projetos vinculados ao Museu. Trata-se do PROMUSIT e do PROESC. O primeiro, projeto Museu itinerante, atenderá as comunidades do interior na melhoria do ensino das ciências mediante uma grande unidade móvel cientificamente equipada. O segundo, Projeto Escola Ciência disporá de um ônibus para buscar gratuitamente os alunos das escolas carentes para visitarem, sem ônus, o Museu.

Antes mesmo do lançamento desses projetos, o número de instituições candidatas já ultrapassa centenas.

Dois outros projetos importantes da Universidade, de grande interesse para Porto Alegre, estão prestes a serem iniciados. Trata-se do Parque Esportivo e do Parque Tecnológico.

O Planejamento Estratégico da Universidade, em fase final de elaboração, traçará os rumos da instituição para a próxima década.

Srs. Vereadores, ao tentar apresentar-lhes a PUC, só foi possível enfatizar alguns de seus traços.

Já afirmei: boa parte de minha história coincide com a história da Pontifícia Universidade.

Aceito, com gratidão e honra, o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, por realçar a Universidade à qual dediquei minha vida e com sua comunidade partilho a honraria.

O momento da outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre seria ideal para uma reflexão aprofundada sobre o próprio significado da cidadania. No campo educacional a formação da mesma constitui um tema de fundamental importância.

Lembro tão somente que, hoje, nossa cidadania já não se limita ao que é local e regional. Nossas responsabilidades de cidadão se ampliaram, assumiram uma dimensão global, uma dimensão mundial. Boa parte das questões atinentes ao nosso habitat, o Planeta Terra, só podem ser adequadamente tratadas mediante abordagens globais. Cito tão somente o meio ambiente, o uso de recursos naturais, como a água potável, a eliminação da pobreza e da fome, a paz.

Sem me alongar por mais considerações, desejo dizer aos nobres Edis que me sinto gratificado com a distinção e consigno meu reconhecimento a esta Câmara representativa do povo porto-alegrense.

Não poderia deixar de dirigir uma palavra especial de agradecimento ao nobre Ver. José Fortunati, proponente da homenagem. Meu prezado amigo José Fortunati, meu reconhecimento pessoal e o da Universidade transcende a proposição do Título Honorífico. Em múltiplas oportunidades você com sua atenciosa e dinâmica equipe nos tem auxiliado na solução de questões da mais alta relevância para a PUC e para a própria Cidade de Porto Alegre. Publicamente queremos reafirmar o reconhecimento e apreço que pessoal e coletivamente devotamos a sua pessoa, sempre atenciosa e gentil, ao homem público, dedicado, e ao político que honra o Rio Grande do Sul. Mais uma vez, muito obrigado, meu estimado Ver. José Fortunati!

Ao Sr. Presidente desta Casa, aos que usaram da palavra, a todos os integrantes da nobre Câmara de Vereadores de Porto Alegre, aos membros da comunidade universitária da PUC e a todas as pessoas que me destinguiram com suas presenças, um grande obrigado.

Que Deus os abençoe e conserve! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar também as presenças dos Vereadores Aldacir Oliboni, João Antonio Dib, Ervino Besson, Isaac Ainhorn e João Carlos Nedel, que abrilhantaram esta Sessão Solene.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h30min.)

 

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